SOAP Apresentações Profissionais - 12/07/2016
Tirem as crianças da sala: os bullet points, oops, o Lobo Mau, pode não ser tão mau assim. Até poucos dias atrás, o Lobo Mau sempre foi o vilão, e a Chapeuzinho Vermelho era a grande vítima da história.
Até que o IPEA divulgou uma pesquisa cujos resultados colocam toda a história em xeque. Quem sabe o Lobo Mau não seja tão mau assim e seja a verdadeira vítima da história, não suportando as investidas de uma Chapeuzinho Vermelho também não tão inocente quanto parecia.
Brincadeiras à parte, estamos falando que um simples detalhe, ou uma sutil alteração das informações de uma história podem mudá-la completamente e, no fim das contas, fazer com que o mero detalhe se torne o seu destaque ou, até mesmo, crie outra história.
Todos esses fatores dependem de como as pessoas interpretam os fatos e de como eles as impactam, mas, acima de tudo, de quem conta a história e do que é contado — exatamente como em um filme.
Quer tirar a prova? Veja um dos filmes da campanha criada pela agência BBDO de Nova Iorque para a HBO em 2008 — que, diga-se de passagem, faturou o Leão de Ouro em Cannes — https://youtu.be/W61AeLOyiIg.
E voltando à vida real…
Em apresentações, é comum encontrarmos materiais (arquivos em PowerPoint, Keynote, etc.) que trazem uma série de informações, as quais, muitas vezes, não interessam à audiência. Ou melhor, que no fundo não chamam a atenção nem para o próprio objetivo do apresentador, sem que ele se dê conta disso.
Então, o ponto é: será que estamos trazendo o que é mais relevante para que a nossa audiência compreenda aquilo que queremos transmitir e vender?
Estamos contando a história certa para quem nos ouve? Mais do que trazer informações que não conquistam a sua audiência, em certos momentos, há informações não muito bem colocadas, que podem mudar o sentido ou entendimento da sua história pela audiência, sem que você perceba!
E qual é o resultado? Excelentes ideias e projetos que não são comprados e morrem na praia devido a pequenos detalhes que fazem toda a diferença.
Independentemente da história a ser contada durante a apresentação, é fundamental construir um roteiro que tenha os pontos de partida e chegada muito bem definidos.
Ou seja, saber qual é o nível de conhecimento e expectativa do público diante daquilo que será apresentado e, o mais importante, saber o nosso real objetivo ao submeter a audiência àquela apresentação, àquela história.
E para descobrir o objetivo, um atalho é responder à questão: “O que eu quero que meu público sinta e/ou pense e/ou faça após assistir minha apresentação?”. É muito comum confundir o objetivo com aquilo que será feito por você durante a reunião ou com o que será apresentado durante a reunião — resumindo, com o tema da apresentação.
Feito isso, é preciso criar a história que melhor conduza a audiência da partida até o ponto de chegada — e o roteiro é a ferramenta ideal para isso. Independentemente do modelo que você construir, é essencial definir as informações fundamentais para trilhar seu caminho e aquilo que não precisa fazer parte dele.
Para garantir que as informações mais relevantes para a audiência sejam incluídas no seu repertório, uma ótima técnica é fazer um checklist de conteúdo, respondendo ao que chamamos de perguntas fundamentais.
Inspiradas nas técnicas de jornalismo para a construção do lead (o primeiro parágrafo da matéria que traz as informações mais relevantes da notícia), as perguntas fundamentais são: o quê? Quem? Quanto? Quando? Como? Onde? Por quê?
As respostas certamente trarão as informações essenciais que garantirão uma melhor compreensão da sua história pelo público. Assim, um simples detalhe, uma informação suprimida ou adicionada de forma indevida, um número mal colocado ou uma simples vírgula fora de lugar pode fazer toda a diferença para o entendimento alheio.
Por falar em vírgula, contam que a czarina russa Maria Fyodorovna certa vez salvou a vida de um homem apenas mudando a vírgula de sua sentença de lugar. Muito inteligente, ela que não concordava com a decisão de seu marido, Alexandre II, usou o seguinte artificio.
O czar enviou o prisioneiro para a prisão e morte no calabouço da Sibéria. No fim da ordem de prisão vinha escrito:
Perdão impossível, enviar para Sibéria.
Maria ordenou que redigissem nova ordem, e fingindo ler o documento original, mudou uma vírgula, transformando a ordem para:
Perdão, impossível enviar para Sibéria.
O prisioneiro foi libertado, ou seja, um simples detalhe, uma vírgula, faz toda a diferença.
A vírgula pode ser uma pausa. Ou não…
Pode criar heróis…
Ela pode ser a solução…
A vírgula muda uma opinião…
A vírgula pode condenar ou salvar…
Por fim: em sua apresentação, assim como a vírgula, um simples bullet point pode fazer toda a diferença.
Também conhecidos como marcadores, os bullet points são marcas de pontuação frequentemente usadas em textos para introduzir itens em uma lista (ou série). Eles ajudam a organizar e enfatizar as informações de forma rápida e eficaz, especialmente em slides, e-mails, textos online, agendas de reuniões, pontos de discussão de apresentações e cartas comerciais.
Usar bullet points é uma ótima maneira de apresentar uma lista de fatos, dados importantes ou dar instruções que não precisam ser fornecidas em uma lista numerada.
É bom lembrar que os bullet points não significam necessariamente um texto escrito ao lado de pontos pretos e, sim, apresentar informações na forma de notas resumidas.
Quando usados corretamente, os bullet points trazem diversos benefícios para o público, pois ajudam a criar um equilíbrio entre os elementos visuais e de texto em seus slides, além de manter o público envolvido com a apresentação.
Eles ajudam a deixar os slides com um visual mais atraente e adicionam uma dimensão de design ao texto, transmitindo, também, uma mensagem longa por meio do uso de menos palavras. A seguir, listamos diferentes formas de usar os bullet points em apresentações!
Evite frases longas em seus marcadores. Uma frase ou sentença é suficiente para dar uma ideia do que você está dizendo, sem entrar em detalhes. Os detalhes serão explicados por você durante a apresentação — assim, você evita que o público se distraia tentando ler o texto nos slides.
Use estilos e cores diferentes de marcadores. Por exemplo, use um ícone para acompanhar cada texto. Não se limite a usar somente os marcadores padrão.
Use os espaços em branco com cuidado, de maneira que ofereçam uma pausa visual para os olhos do público. Ouvir ativamente enquanto tem que ler e compreender o que está sendo mostrado é uma sobrecarga para o público.
Por isso, use quantos bullet points forem necessários, para transmitir seus conceitos. Uma boa alternativa para quem tem um slide com muitos marcadores é dividi-los em vários slides.
Apresentações que utilizam o mesmo estilo de design na maioria dos slides causam monotonia visual. Se todos os slides tiverem a mesma aparência, como um título, seguido de uma lista com marcadores e uma imagem, o público vai se desconectar da apresentação após ver o mesmo estilo várias vezes.
Mantenha um equilíbrio entre texto e imagens em tela inteira ou com infográficos. Assim, você evita o excesso de conteúdo em palavras e instiga a curiosidade de seu público com o imagético.
Para ajudar a tornar as apresentações envolventes, lance mão de animações sincronizadas com a maneira como você fará sua apresentação. Seus bullet points podem, por exemplo, aparecer um por um enquanto você fala. Escolha também estilos de marcação de aparência mais tranquila, como aqueles que surgem com um fade-in lento.
Há variadas formas de deixar a sua apresentação mais atrativa e convidativa para o público, além das que citamos, aqui, relacionadas aos bullet points. Portanto, confira nosso próximo conteúdo para conseguir criar uma apresentação de alto impacto, baixando o material no link: 11 passos para construir conteúdo de apresentações de forma rápida e eficaz!
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